Análise RAM é uma siga em inglês para Reliability, Avaliability e Maintenability que pode ser traduzida como confiabilidade, disponibilidade e mantenabilidade.
Através da aplicação desse tripé, é possível elaborar projetos de manutenção mais confiáveis e gerar dados importantes para que estratégias sólidas de gestão sejam traçadas.
Quando bem aplicada, a análise RAM permite diminuir os custos de manutenção e de operação, melhorar a produtividade e, como consequência, aumentar a lucratividade das organizações.
“A análise RAM pode ser considerada um dos alicerces da engenharia de manutenção. Com os dados de confiabilidade, disponibilidade e mantenabilidade em mãos, tripé dessa ferramenta, a área de manutenção consegue prever e prevenir a ocorrência de falhas nos equipamentos, o que acaba impactando diretamente no lucro das empresas”, explica Maurício Figueiredo Salerno, coordenador de manutenção e serviços da Araujo Abreu.
O objetivo da análise RAM é garantir a extração do maior valor possível dos ativos durante o seu ciclo de vida útil.
Mas antes de aplicá-la, é preciso entender os conceitos do tripé que baseia esse método analítico.
Confira!
É a capacidade de uma determinada máquina, equipamento, instalação, produto, serviço ou sistema de realizar suas funções satisfatoriamente e nas condições determinadas pelas empresas. Ela indica por quanto tempo eles irão funcionar trabalhando na capacidade exigida pelos processos de produção.
Para levantar essa informação, é preciso contar com algumas ferramentas como o FMEA (Failure Modes and Effects Analisys ou, em português, análise dos modos e efeitos de falha), a árvore de falhas e o diagrama de blocos de confiabilidade (RDB).
“Ao saber por quanto tempo o equipamento ou o sistema conseguem desempenhar suas funções sem apresentar falhas, a empresa se torna muito mais competitiva”, conta o gerente de manutenção.
É a capacidade de um item em desempenhar suas funções em um dado instante ou durante um intervalo de tempo determinado.
Para calculá-la, é fundamental ter em mãos dois indicadores: o MTBF (tempo médio entre falhas) e o MTTR (tempo médio de reparo).
Com o primeiro, é possível ter um indicativo da média de tempo entre as ocorrências de falhas de determinados equipamentos, enquanto o segundo permite levantar a média de tempo gasto para reparar determinados equipamentos.
De acordo com Salerno, com essa métrica é possível ter certeza se o equipamento ou o sistema irão funcionar e atender os planos de produção planejados.
É a capacidade de um item ser mantido ou recolocado em operação nas suas condições requeridas, após uma manutenção ser executada.
Basicamente, essa métrica define a capacidade que a equipe de manutenção encontra ao realizar suas atividades. Quanto maior a dificuldade, menor será o nível de mantenabilidade.
Para calculá-la, é preciso levar em conta quais são as condições de acesso da equipe aos pontos de inspeção e reparo, a necessidade de movimentação de equipamentos (lateralmente ou por içamento), o conforto ergonômico durante os processos de reparo e inspeção, o layout da distribuição dos equipamentos e as obstruções que uma falha pode causar no processo como um todo.
“Quanto maior o tempo médio de reparo (MTTF), pior será a mantenabilidade, pois o equipamento em reparo por um longo período de tempo deixa de estar produzindo e gerando lucros para a empresa”, completa Salerno.
O principal objetivo dessa ferramenta é facilitar a compreensão dos processos e dos seus gargalos através de análises, antecipando as falhas dos equipamentos.
“Com isso, a empresa se prepara melhor para tratar as possíveis falhas. O que pode, inclusive, impactar positivamente no lucro da empresa, uma vez que as máquinas em operação estarão produzindo por mais tempo”, explica Salerno.
Com base nos dados levantados pela análise RAM, os gestores podem identificar os modos de falhas e suas consequências e estimar a disponibilidade de produção, além de criar soluções adequadas e criar estratégias de manutenção preventiva eficientes.
A análise RAM é a base da engenharia de manutenção. Assim como a Manutenção Centrada em Confiabilidade (MCC), essa ferramenta analítica tem como base os dados de confiabilidade, disponibilidade e mantenabilidade.
Vale lembrar que a engenharia de manutenção é o ramo da engenharia vocacionada à aplicação de conceitos que buscam otimizar os equipamentos, os processos e os custos, de modo a alcançar esses três pilares.
Alguns passos são importantes na hora de aplicar a análise RAM. São eles:
O primeiro passo é entender como os ativos se relacionam na planta fabril e quais funções cada um deles está destinado a atender.
A árvore de falhas (FTA, ou Falt Tree Analysis, em inglês), é um detalhamento das falhas que podem acontecer em cada ativo. Nessa etapa, é importante estabelecer um conjunto de perguntas com respostas tipo “sim” e “não” para classificar essas falhas.
Em seguida, identifique o tempo médio de reparo da falha, que é o MTTR, ou seja, o somatório dos tempos de reparo dividido pelo número de ocorrências de falhas.
Calcule também o MTBF, que é o tempo médio entre as falhas.
Com o MTTR e o MTBF em mãos, é possível levantar a disponibilidade dos ativos e, posteriormente, do sistema como um todo.
Basta seguir a fórmula:
Disponibilidade = (MTBF / MTBF + MTTR) X 100
Para fazer esse cálculo, é preciso definir a janela de tempo para qual se deseja analisar e fazer a projeção.
O único indicador necessário para calcular a confiabilidade de um ativo é o MTBF. Através dele calcula-se a taxa de falha e a projeção de confiabilidade.
Esse cálculo é baseado no MTTR. Ele permite encontrar a taxa de reparo e, consequentemente, a projeção de mantenabilidade.
Como você pode ver, a confiabilidade, a disponibilidade e a mantenabilidade dos ativos de uma empresa podem e devem ser medidos constantemente através da análise RAM. Com essa ferramenta, o gestor pode ter um panorama muito mais claro das condições dos equipamentos e identificar potenciais falhas e gargalos nos processos.
Maurício Figueiredo Salerno – coordenador de manutenção e serviços da Araujo Abreu
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